Insensato Coração está no ar há seis meses, mas para Petrônio Gontijo, começou bem depois. Só nos últimos três meses da novela, o personagem do ator passou a se envolver em uma história de destaque no folhetim de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. "Não foi uma surpresa. Eu sabia que o papel iria demorar para engrenar", conta o intérprete do atrapalhado Beto. Com cada vez mais falas para decorar e cenas para gravar, Petrônio pôde mostrar outra faceta do advogado: um sujeito romântico, mas desiludido com o amor depois da traição de Úrsula, de Lavínia Vlasak. Atualmente, Beto se vê em meio a um triângulo amoroso completado por Alice, de Paloma Bernardi, e Dayse, de Isabela Garcia. "Ele é um cara sincero. Não fica nessa de joguinhos amorosos. Porém, para não sofrer mais, decide agir como um garanhão e acaba se metendo em confusão", conta, aos risos.
No decorrer da trama, Beto começou a ouvir os conselhos de André, de Lázaro Ramos, e passou a usar uma aliança na mão esquerda, uma tática para não ter de se envolver de verdade com ninguém. Só que ele acaba se apaixonando por Alice, e pede a ajuda de sua secretária, Dayse, para desfazer a mentira. No entanto, a ajudante acaba se apaixonando pelo patrão. "Isso acontece de verdade. Conheço pessoas que usam aliança com esse objetivo. Mas o personagem é meio carente e não consegue ir em frente", diverte-se. Além da inspiração em amigos e conhecidos, Petrônio colheu as principais informações para o papel no texto e no contato com os outros atores de seu núcleo. "É um aprendizado. Recentemente, passei o dia inteiro gravando com a Isabela Garcia e saí com algumas noções novas sobre atuar na tevê", elogia.
O trabalho na atual novela das nove promove o reencontro do ator com o texto de Gilberto Braga, com quem já havia trabalho na politizada Pátria Minha, de 1994. "Me sinto um ator mais maduro agora", ressalta. O convite para Insensato Coração surgiu quando Petrônio ainda era contratado da Record, no início do ano passado. Para não criar nenhum conflito em sua relação com a emissora concorrente, ele aceitou o chamado do autor, mas pediu para que sua participação na trama só fosse confirmada depois do encerramento do antigo contrato. É por isso que Beto só apareceu no folhetim alguns capítulos depois do início da trama. "Atuar é o meu trabalho. Gosto de manter uma boa relação com meus empregadores. A direção da Record sabia que eu queria fazer a novela do Gilberto e não criou empecilhos para o meu desejo", revela.
Este ano, Petrônio completa 20 anos de carreira, iniciada ao lado de Patrícia Pillar, como protagonistas de Salomé, em 1991. "Foi muita responsabilidade. Mas passada essa empolgação inicial, mergulhei no teatro", relembra. Enquanto emendava projetos teatrais, com reconhecidos diretores como Fauzi Arap e José Possi Neto, o ator acumulava personagens em diferentes emissoras de tevê. Durante os anos 90, teve uma breve passagem pelo SBT. E, mais recentemente, fez cinco novelas seguidas na Record, onde destacou-se pelo viciado em drogas Rudi, de Poder Paralelo, folhetim escrito por Lauro César Muniz, de 2009. "É muito bom ter essa variação. E retornar à Globo para um trabalho com o Gilberto meio que celebra o bom momento da minha carreira", evidencia Petrônio, que já está cheio de planos após o fim de Insensato Coração. O principal é uma volta aos palcos em uma adaptação do filme Rain Man, de Barry Lavinson.
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