Restando
apenas mais dois dias para o término do mês de outubro, "Balacobaco", a
nova novela da Record, também chega perto de seu aniversário de um mês e
desde já é possível fazer algumas análises acerca de seu desempenho.
Com promessa de apostar no tom popular e colorido para reverter a
forte rejeição à trama policial e escura de "Máscaras", a novela de
Gisele Joras vem acertando em alguns pontos e pecando em outros de forma
gravíssima.
"Balacobaco" é a terceira novela da carreira de Joras e é a única
pensada desde o início para a faixa das 22h. E, curiosamente, é a que
vem errando em aspectos simples. A ausência de histórias nos núcleos
secundários, por exemplo, é uma delas. Com um mês no ar, ninguém sabe
dizer a que Cremilda, de Solange Couto, veio. Nem mesmo Zé Maria,
personagem de Silvio Guindane, que pela enésima vez repete um papel de
um malandro que busca se dar bem (assim como em "Vidas em Jogo", sua
última novela).
Outros personagens seguem perdidos na mesma proporção. Léo Rosa,
intérprete do Breno, Thierry Figueira, o Patrick, e a tal Rádio Ampola,
por exemplo, ainda seguem totalmente desconexas com o resto da história.
A maior decepção, no entanto, é o desperdício do talento de Simone
Spoladore, a Verônica.
A ausência de uma boa estrutura de texto também é percebida no
trabalho feito com as gêmeas Diva e Dóris, de Bárbara Borges e Roberta
Gualda respectivamente. As duas deveriam atuar como vilãs mas se perdem
bastante no humor, o qual executam muito bem mas deixam de cativar o
telespectador que busca cenas típicas de um folhetim. Bárbara Borges
ainda se destaca mais por sua ótima atuação mas repete as mesmas caras,
bocas, sotaques e marcas de sua última personagem, a Elvira de "Bela, a
Feia" - da mesma autora.
"Balacobaco" ainda passa um ar de "já vi esta história em algum
lugar". Além de Silvio Guindane e Bárbara Borges com personagens
bastante parecidos com o de um passado não muito distante, a repetição
de atores e de cenários também reforça isso. A história de Betina,
vivida por Julianne Trevisol, e Arthur, de Luiz Guilherme, começou com
um mistério e com um fundo de ódio e disputa no ar. Apenas lembrando que
os dois tinham a mesma rivalidade em "Vidas em Jogo", onde
interpretavam pai e filha. Agora, por sua vez, os dois são amantes.
A ambientação em uma agência de turismo também lembra muito as das
agências de publicidade que Gisele Joras utilizou em "Bela, a Feia" e em
"Amor e Intrigas". A cidade cenográfica, que é bastante similar a de
"Vidas em Jogo", e a escalação de atores que participaram de uma
produção que acabou há praticamente seis meses também reforça a sensação
de dejà vu.
Dos pontos de acerto em sua história, "Balacobaco" tem as boas
atuações de Juliana Silveira, a Isabel, e Bruno Ferrari, o Norberto. Os
dois estão bem definidos e mostram ao telespectador quem é a mocinha e
quem é o vilão de verdade de toda esta confusa trama. Também vai muito
bem a participação de Antonia Fontenelle, a Marlene, que interpreta um
papel parecidíssimo com a imagem que tem perante a opinião pública.
Ainda faltam pelo menos mais seis meses para "Balacobaco" chegar ao
fim e é possível confiar na trama. As histórias, embora um pouco
confusas, podem se envolver e agradar o telespectador. A trilha sonora é
bastante caprichada e adequada ao público alvo da mesma forma que a
direção também é competente.
A missão do folhetim também é bastante complicada. Elevar a
audiência de "Máscaras" e entregar bem para a trama de Carlos Lombardi,
contratado a peso de ouro, mostram a responsabilidade que se recaiu
sobre um autora nova mas que já provou ser competente.
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